Entrevistar o boxeador filipino Manny Pacquiao é tão difícil quanto enfrentá-lo no ringue. É preciso ter determinação para não desistir ao primeiro empurrão do cameraman, esquiva para fugir das pancadas dos microfones de rádio e TV e jogo de pernas para obter um local estratégico para fazer as perguntas. Além de muita paciência. Com 1,69 metro, "Pacman" fica camuflado diante da multidão. Com voz baixa, muita simpatia e sorriso permanente, responde a todas as perguntas. Por dez minutos, concedeu entrevista ao Estado na quarta-feira no palco do Hollywood Theatre, três dias antes de sua próxima luta contra o norte-americano Shane Mosley. O duelo terá transmissão pelo Canal Combate, da Globosat, a partir das 22 horas.
Senador em seu país, comparou os problemas filipinos com os do Brasil. Afirmou ser fã de futebol, mas torceu pelo México na Copa da África do Sul. "Tenho muitos amigos lá." Simples nos gestos, Pacquiao afirmou que segue no boxe apenas para manter o nome das Filipinas em evidência e, desta forma, conseguir espaços importantes, como o encontro de fevereiro com o presidente Barack Obama.
O que você conhece do Brasil?
Brasil? Sei que é um país muito bonito, mas que tem problemas de violência e corrupção. Como nas Filipinas. Ah, também tem um grande time de futebol.
Você torceu para o Brasil na Copa da África do Sul?
Não. Torci pelo México. Tenho muitos amigos lá.
Mas você é conhecido como o ''Matador de Mexicanos''...
Isso é apenas promoção.
Como você concilia o trabalho no congresso filipino e a carreira no boxe?
Tendo organização. Hora de treinar, treino. Hora de ir ao congresso, vou ao congresso.
Apesar das bolsas milionárias (vai receber cerca de US$ 20 milhões), sua mãe pede para você se aposentar. Você está com 32 anos. Vai lutar até quando?
Luto por meu país e pelos filipinos. Enquanto eu somar vitórias no ringue, o nome das Filipinas estará em evidência. Isso é muito importante para nós. É dessa forma que consigo encontros importantes, como o de fevereiro com o presidente Barack Obama.
Obama disse que não perde suas lutas. E torce por você, mesmo contra Shane Mosley, que é americano.
E você acha que tenho de parar de lutar?
Suas últimas lutas renderam US$ 400 milhões ao sistema pay-per-view....
É mais uma responsabilidade. Por isso sempre preciso estar em plena forma.
Nesta luta haverá mais um nocaute de Pacquiao?
Será mais uma vitória. Talvez por pontos. Mosley merece todo meu respeito. É um grande pugilista. Venceu grandes lutadores. Aos 39 anos, mantém velocidade, força e muita vontade. Será um grande evento.
E a luta com Floyd Mayweather?
Ela vai sair. Calma.
Fontes: Wikipedia - Estado de São Paulo - Site de Boxe da Federação Filipina.