Ministro sofre acusações de que seria o beneficiário de um esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo. Ele pode ser o sexto ministro do governo Dilma a cair em dez meses de governo
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, afirmou nesta quarta-feira (26) que ele e o ministro do Esporte, Orlando Silva, vão se reunir com a presidente Dilma Rousseff para tratar do futuro do ministro na pasta.
A reunião acontecerá nesta tarde, por volta das 17h30. Rabelo pediu à imprensa que aguardasse o encontro, mas a expectativa no Palácio do Planalto é de que o ministro entregue uma carta de demissão, encerrando uma crise que começou há duas semanas, quando Orlando Silva passou a ser acusado de participação de um esquema de corrupção no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.
A situação política de Orlando Silva piorou na terça-feira (25), depois que a ministra Cármen Lúcia, do STF, determinou a abertura de inquérito para investigar as denúncias de corrupção e desvio de verbas públicas contra Orlando Silva, atendendo pedido feito na semana passada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Orlando Silva se tornou, assim, ministro investigado, uma condição considerada insustentável pelo Planalto.
As denúncias contra o ministro partiram do policial militar João Dias Ferrreira, dono de ONGs que tinham convênios com o Ministério do Esporte. João Dias acusou o ministro de ser o principal beneficiário de um esquema de desvio de recursos públicos do programa Segundo Tempo. Na segunda-feira, João Dias entregou à Polícia Federal treze arquivos de áudioque, segundo ele, comprovariam a existência do esquema. Nas gravações, no entanto, não aparece a voz do ministro. Também na segunda-feira, o PM afirmou que tentaria convencer outros 20 donos de ONGs a fazer uma denúncia conjunta contra o ministro.
Desde o início das acusações, Orlando Silva vem negando participação no esquema em entrevistas e audiências no Congresso. Ele também pediu ao Ministério Público que o investigasse para garantir sua inocência, o que será feito pelo MPF. Na terça-feira (25), ele foi à Câmara falar sobre a Lei Geral da Copa, por meio da qual o Brasil adequará sua legislação às exigências da Fifa para a Copa do Mundo de 2014, e voltou a dizer que era inocente. Orlando afirmou, entretanto, que cabia à presidente da República decidir quem deveria ou não permanecer no ministério.
A veemência de sua defesa ajudou Orlando Silva a convencer a presidente Dilma Rousseff a mantê-lo no cargo. A mudança de condição do ministro, que passou a ser investigado, fez o governo mudar de opinião.
Silva pode ser o sexto ministro a cair
Aqueda de Orlando Silva seria a sexta enfrentada pela presidente Dilma Rousseff em menos de dez meses de governo. Antes deles, deixaram o gabinete Pedro Novais (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura), Antonio Palocci (Casa Civil) e Alfredo Nascimento (Transportes), todos envolvidos em denúncias de irregularidades. O outro ministro que deixou o governo foi Nelson Jobim, que saiu da Defesa depois de fazer críticas às ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
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